Começamos por um facto indiscutível: todos os alunos querem ter bons resultados e obter sucesso (académico).
Infelizmente a maioria tende a pensar “a curto-prazo” e de forma inconsequente esquecem as responsabilidades, ou seja dedicar o tempo necessário ao estudo, trocando-as por irresponsabilidades, como estar no computador ou no telemóvel horas “infinitas”, prolongar um passeio com os amigos ou um jogo…
A esta impulsividade junta-se a ansiedade própria dos momentos de avaliação, bem como o cansaço já acumulado ao longo do ano letivo e obtemos níveis elevados de stresse e nervosismo, que comprometem significativamente o desempenho escolar, o bem-estar físico e emocional e a atitude face à escola.
Cenário perfeito para grandes “batalhas familiares”. De facto, o período de exames é considerado um dos momentos complicados da vida em família.
Criar um estado de espirito positivo potenciador de sucesso, neste ambiente tenso não é tarefa fácil para ninguém, por isso o que se segue não é uma receita, mas apenas algumas sugestões para ultrapassar esta fase sem grandes sobressaltos
Durante o período dedicado ao estudo:
“Enquadramento” – Ajude o seu filho a elaborar o panorama geral do exame –, datas, conteúdos, duração, instruções de realização e critérios de avaliação. Toda a informação útil está reunida em https://iave.pt/provas-e-exames/provas-e-exames/ e inclui informações, recomendações e as provas realizadas em anos anteriores.
“Os 3 +: Comer, Dormir, Aprender ” – Ao longo do processo de estudo assegure-se que o seu filho dorme o suficiente e come de forma adequada. Incentive-o a fruir do espaço de trabalho, deixe que ele crie um lugar especial, seu, sem ter que o arrumar todas as noites.
“Planificações realistas” – Colabore com o seu filho na planificação do estudo e caso ele não o consiga fazer sozinho ajude-o a criar um horário que organize o tempo disponível até ao exame. É recomendável que o estudo decorra ao longo de diferentes dias e considere pausas adequadas.
As checklists também funcionam muito bem, quer porque são muito úteis para cobrir os conteúdos, quer porque se tornam muito gratificantes, à medida que vão sendo “checked” pois criam uma sensação de “dever cumprido”.
“Estratégias eficazes” e potenciadoras da aprendizagem em detrimento da simples memorização:
Recorrer à autoavaliação para testar e reproduzir o conhecimento que se quer aprender. Depois de estudar há a impressão de que se sabe a matéria. Isto acontece porque a informação fica na memória recente. Quando se revê, consegue-se reconhecer o que se estudou. Mas, atenção: reconhecer não é o mesmo que saber! E por isso acontece tantas vezes termos as famosas “brancas”. Em vez de ler e reler o mesmo texto várias vezes... Deve estudar-se uma vez e depois testar os conhecimentos. Quando nos esforçamos para recordar uma informação, estamos a estimular a sua memorização e também a compreensão. Esta estratégia, além de ser comprovadamente das mais eficazes para a retenção de conteúdos, dá aos alunos um sentimento de maior confiança e tranquilidade, reduzindo o nervosismo que se gera nos momentos que antecedem à avaliação.
Alternar diferentes matérias de estudo ou alternar entre subtópicos de uma mesma matéria. Estudar o mesmo ponto da matéria durante muito tempo prejudica a capacidade de foco e facilita a divagação mental. Vários exercícios iguais são resolvidos de forma automática, mecânica, dispersando a atenção. Alternar conteúdos faz com que se receba continuamente novos estímulos, estimula a atenção e a persistência nas tarefas
Distribuir e recapitular os conteúdos ao longo do tempo. Quando se estuda de véspera ou se deixa tudo para a época dos exames, a aprendizagem vai ser sempre superficial e esquece-se rapidamente porque apenas fica na memória de curto prazo. A investigação científica mais recente tem mostrado que se aprende mais se se estudar duas horas de cada vez, em 3 dias espaçados, do que em seis horas seguidas, no mesmo dia.
“Suporte motivacional” – O suporte e monitorização do percurso escolar dos seus educandos é essencial: mais do que críticas, sugestões ou conselhos é fundamental que sejam transmitidos modelos assertivos e construtivos (por exemplo, mais do que incitar a um comportamento pouco ansioso nos períodos de avaliação é essencial transmitir-lhes uma postura calma e confiante). Há que não esquecer que quem vai fazer o exame é o seu filho, assim ao longo do processo de estudo, a função da família deve ser de apoio e não de protagonista.
O papel de motivação, embora nem sempre pareça, tem enorme impacto no trabalho realizado pelos alunos e está muito para além de lembrá-lo constantemente de que ele precisa de estudar ou eliminar estímulos distratores (proibir o uso do computador, telemóvel…). Acima de tudo deve elogiar o esforço, a atitude positiva e ajudá-lo a consciencializar-se sobre a importância da preparação antecipada. Os modelos comportamentais construtivos devem ser complementados com um discurso otimista e de valorização pessoal, procurando transmitir mensagens de encorajamento (“se te esforçares vais ver que és capaz”) ao invés de mensagens de ameaça (“se não tiveres 80% vais ver o que te acontece”) ou de desânimo (“a continuar assim não vais conseguir de certeza”). Embora o sentido das frases possa ser idêntico, um discurso positivo incita o esforço e a dedicação pessoal e, consequentemente, a persecução de objetivos mais satisfatórios.
E já agora, desde que o plano estabelecido seja cumprido não é nenhum drama ter uma tarde mais “solta”, aliás nesse caso (se o que for planeado for sendo cumprido) ele estará a fazer o melhor para si próprio e a ter uma atitude responsável: equilibrar trabalho e divertimento.
O desempenho escolar é ainda condicionado, entre outros fatores, pelo medo de falhar ou de não obter os resultados desejados. Deste modo, é fundamental que fomentem um clima de calma e confiança especialmente durante estes períodos.
No dia do exame:
- Assegure-se que o seu filho descansou o suficiente e toma um bom pequeno almoço.
- Verifique que chega à escola a horas, evitando o nervosismo causado pelos atrasos.
- Caso revele sinais de ansiedade e mal-estar, converse com calma, procurando reforçar a sua auto confiança e explicando que embora seja normal algum nervoso é preciso enfrentar a situação.
- Encoraje sempre o seu filho a fazer o melhor trabalho possível e ter uma atitude positiva.
- Estimule-o a ler as perguntas do enunciado cuidadosamente.
- Lembre-o que não deve ficar bloqueado em perguntas que tenha mais dificuldades.
- Se o tempo o permitir deverá rever a prova.
Claro que haverá momentos em que nada parece funcionar e continuará a haver (pequenas) batalhas. Não esqueça que todos temos dias menos bons e alguns exames trazem surpresas, nem sempre agradáveis.
Ainda assim desejamos que estas pequenas dicas possam contribuir para o sucesso dos jovens quer nos exames, quer no seu dia-a-dia.
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