Numa era em que os professores são pressionados a cobrir extensos currículos e a cumprir diversas obrigações burocráticas, o espaço para ensinar modelos de pensamento crítico e promover o autoconhecimento dos alunos tem-se tornado cada vez mais restrito, exigindo novas soluções.
O Coaching infanto-juvenil surge como uma abordagem inovadora que visa preencher lacunas no desenvolvimento de competências sociais, emocionais e cognitivas dos alunos que, na maioria dos casos não são diretamente contempladas pelos currículos formais.
Desenvolvimento de competências fundamentais
O Coaching, quando aplicado à infância e juventude, fornece um suporte específico para o desenvolvimento de competências essenciais, como o pensamento crítico, a resiliência, o autocontrolo, a capacidade de autorreflexão e a empatia, entre outras. Estas competências, porque sustentam a aprendizagem de conteúdos, não são apenas "extras" ou "adicionais", mas sim fundamentais para que o aluno consiga aplicar o que aprendeu em contextos variados, desde a resolução de problemas no ambientes escolar até à adaptação a cenários profissionais e pessoais complexos.
Por meio de sessões de coaching as crianças e os adolescentes são convidados a refletir sobre os seus processos de aprendizagem, as suas metas, as suas dificuldades e o seu progresso. Este processo não só fortalece o autoconhecimento como incentiva a capacidade de pensar sobre o próprio pensamento, uma habilidade conhecida como metacognição. Esta é uma competência crucial para o sucesso escolar e mais tarde para o sucesso profissional, pois permite aos indivíduos entender e aperfeiçoar a sua forma de aprender e de resolver problemas.
Suporte aos professores
Os professores, outrora menos pressionados pelo curriculo e pela burocracia, tinham mais espaço para passarem experiências e ensinamentos da vida, que iam muitas vezes além dos conteúdos. Esse ambiente permitia que os alunos observassem, internalizassem e refletissem sobre diferentes mdelos de ação e decisão. Mesmo quando esses exemplos serviam como referência do que não queriam repetir, fomentava-se uma cultura de pensamento crítico e autorreflexão que hoje, com a pressão do cumprimento de metas curriculares, pode estar menos presente.
Neste sentido, o coaching infanto-juvenil também atua junto dos professores, pois vai ajudá-los a lidar com alunos que necessitam de uma abordagem mais personalizada e permitindo que se concentrem em ensinar os conteúdos. Ao colaborar com coachs, as escolas possibilitam que os professores dediquem mais tempo e atenção ao ensino, enquanto o coach trabalha no desenvolvimento de competências socioemocionais, no apoio à construção de estratégias de aprendizagem e na orientação para a autorregulação.
Concluindo
O coaching infanto-juvenil é também uma resposta relevante às necessidades educativas contemporâneas. Ao promover o desenvolvimento de competências fundamentais como a resiliência, a empatia, a metacognição e o pensamento crítico, o coaching ajuda a formar jovens mais preparados para os desfaios da vida e do próprio mercado de trabalho. Mesmo que o sistema educativo atual limite o tempo dos professores para promover experiências de aprendizagem mais amplas, o coaching oferece uma alternativa complementar que contribui para o desenvolvimento holístico dos alunos, fomentando autonomia, a flexibilidade e a capacidade de aprender ao longo da vida.
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